domingo, 17 de julho de 2011

Por que me feriste?

Desde que, ao ver-te, ajoelhei-me absorto,
E à hora extrema o coração bateu,
Meu pensamento, qual um raio morto,
Caiu-te aos pés e nunca mais se ergueu.
Quis perguntar-te: por que me feriste?
Fitei-te os olhos e tremi de medo...
Tive receio de morrer tão cedo,
Tendo o desgosto de viver tão triste...

Tu que sorrindo minha fronte abrasas,
Por que não deixas que te possa amar?
Eu dispensara do meu anjo as asas,
Bastara um anjo para nós guardar.
Forma visível de minha alma errante,
Que o meu penoso coração dedilhas...
Oh! minha estrela, que de longe brilhas,
Nada te importa que eu soluce ou cante!

(...)

Pude nos sonhos aspirar fragâncias...
E achei as rosas de manhã caídas!


( Tobias Barreto )

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